10/01/17

Como seguras a vida de quem amas na tua mão?





Não Seguras!

O telefone toca, e, do outro lado dizem-te que vão pôr termo à vida. No meio dos teus afazeres, o teu coração cai... a tua voz emudece, e, o teu cérebro vasculha à velocidade da luz, o que a tua racionalidade deverá responder... não há respostas certas, não há formulas mágicas... sai apenas: "tem calma, vamos falar logo... com calma, encontraremos uma solução!"

A chamada termina, o coração fica apertadinho...as lágrimas querem saltar, e, à tua frente esperam uma resposta para a questão "x", credita-se e manda-se reclamar? Ou suportamos o prejuízo?

Por milésimas de segundos, queres baixar os braços... queres apenas sentir que repousas tranquilamente... miragem, não há tempo, decide e avança! Avança sem deixares a vida de quem amas, à sua sorte. Mas haverá humano algum, que segura na sua mão a vida de quem quer que seja?

É pura ilusão, jamais isso será possível! 

O teu cérebro continua a tomar decisões práticas, e, o teu coração clama pela Mãe Celeste: "N. Senhora da Agonia, sede a minha companhia..." - Nesta simples jaculatória, entregas tudo nas mãos da Mãe Celeste, aceitas a tua pequenez, a tua impotência... a solidão a que o infortúnio te condenou, tudo...mesmo tudo!

E o que podes esperar? Tudo! Desde a tragédia, até ao Milagre! 

E o Milagre aconteceu... não de forma estrondosa e magnifica, mas como a brisa suave ... tão suave, que facilmente te podes confundir, e, anunciares que seguraste uma vida na tua mão... Foi a Mãe! Foi a Mãe, que cuidou... amparou e segurou aquela vida! 

Desde o missionário que providencialmente precisou do meu trabalho, e, a quem eu pude pedir oração, até ao meu Prior que diariamente entrega cada ovelha do seu rebanho a JESUS, e, que se entrega a JESUS diáriamante por cada uma das ovelhas que lhe estão confiadas... tudo é Benção, tudo é Graça Divina!     





08/01/17

Para mim, também foi Natal...


Tempo de Natal, não é tempo de luzes a metro, nem de compras exageradas, muito menos de festas infindáveis... é sim, tempo de esperança, de alegria!

Começou o advento, e, sentia-me anestesiada. Nada que me surpreendesse, afinal foram meses de luta intensa. 

A tradição de montar a árvore de Natal, o presépio, foi tão mecanizada que não fui capaz de sentir um momento de alegria, a cada enfeite colocado, sentia apenas uma tradição, e, talvez pela 1 ª vez, não senti qualquer momento de alegria. 

O dia de férias previamente marcado para 23/12, parecia vir muito longe, e, só na véspera me dei conta da proximidade. Sentia o Natal, muito longe de mim... 

A cada instante, ecoavam no meu coração as palavras  do padre: "neste Natal, é-lhe pedido que viva o Calvário. Tal como N. Senhora, permaneça de pé junto à Cruz..."  - Aceitei as palavras do padre, como confirmação de tudo o que tenho vindo a experimentar, um verdadeiro calvário, no silêncio e na maioria das vezes numa dolorosa solidão. 

Na verdade; aceitando a minha condição com humildade, questionei Jesus no meu coração. Não porque me queira esgueirar da Cruz, porque apenas queira a alegria... mas porque sei que o Pai Celeste é fiel, disse então no meu coração: "Oh Cristo, não hei-de viver eu, o Natal?" 

22/12, pelas 21:00, recebi um telefonema... não queria acreditar... o meu coração exultava de alegria, inacreditável,,, sentei-me naquele imenso sofá, naquele imenso corredor de uma superfície comercial. Ouvi com alegria as vozes, que há tantos anos me faziam sofrer de saudade. Quando percebi que não queriam a minha presença, deixei de aparecer, de telefonar, de escrever... dei tempo! Não gosto de impor a minha presença, e, nunca perdi a noção do meu lugar. 

Se custa? Sim, muito! Nunca pela força, seremos amados, e amar, por vezes é deixar que percebam a nossa falta, Amar é respeitar a vontade do outro, sempre!

Deus é Fiel! Para mim, também foi Natal!